Os Videogames São Arte?
O que é Arte?
Para definir se videogames são arte, o começo é pensar sobre o que é arte.
A arte pode ser definida de muitas formas. Por exemplo, como materialização da imaginação humana, produção consciente de obras a partir de ideais, construção de imitações da natureza, entre muitas outras.
No fim do dia, podemos dizer que é através da arte que o ser humano se expressa, proporcionando a todos um momento de contemplação, apreciação, imersão e reflexão.
Já falamos muito dos benefícios dos jogos, mas hoje gostaria de trazer uma visão artística dos jogos e de como eles nos ajudam a expressar e entender o que sentimos.
E para fazermos isso, primeiro precisamos responder uma pergunta outrora controversa: videogames podem ser considerados arte?
Os Videogames São Arte?
Quando falamos em arte, muitas memórias vêm à mente, cada uma evocando diferentes estímulos sensoriais.
Podemos pensar na visão de pinturas e esculturas. Talvez pensemos na audição de músicas e orquestras.
Ou ainda, na junção de ambos os sentidos, com filmes e peças de teatro.
Há quem diga que arte também envolve os outros sentidos, como exposições em galerias ou até comidas, que nos provocam com cheiros, texturas e sabores.
Mas, e os jogos? Raramente vemos algo a respeito da arte dos jogos, mas ainda assim eles são uma provocação em diversos sentidos.
A pergunta não é necessariamente se são ou não arte, mas sim o como somos provocados pelos videogames.
A Provocação dos Videogames
Poderíamos falar que criar arte, principalmente hoje em dia, exige estudo, profissionais, recursos e as ferramentas certas. Além disso, cada obra-prima é diferente da outra, mesmo que o autor seja o mesmo.
Isto vale para livros, filmes, quadros, canções, obras artísticas que nos fazem refletir, ou simplesmente cumprem um papel essencial de nos entreter.
E assim, tal qual obras de arte, os games precisam de investimento para serem criados e pessoas para apreciarem, mesmo que apenas no nível de entretenimento.
Afinal, cada pessoa interpretará uma música, um quadro, um filme e até um jogo de forma diferente. Esta é, na minha opinião, a beleza de se trabalhar com arte: cada um encontra aquilo que está procurando.
E com os games, temos essa mesma experiência.
Músicos prestarão mais atenção às trilhas sonoras e como elas nos carregam de cena a cena, tal qual acontece em filmes e séries de televisão.
Pessoas que admiram paisagens no mundo real também acabarão se encantando com as belas cenas digitais.
Desenhistas e ilustradores verão além dos gráficos para enxergar estilos de traços e escolhas de direção artística das mais variadas.
Filósofos quando jogarem, passarão a aplicar os questionamentos feitos dentro dos jogos — ambientes seguros — e começarão a se permitir mergulhas nas camadas de discussões.
Se Nos Provoca, é Arte
Poderíamos divagar ainda mais sobre as provocações e sentimentos dos videogames, ou falar sobre como as histórias e personagens se conectam com as nossas vidas, ou como podemos experimentar lugares que talvez nunca visitaremos na vida real.
Podemos ainda argumentar que, além da retratação do mundo real, temos uma infinidade de possibilidades, de conhecer, através dos jogos, as mentes de seus desenvolvedores.
Por outro ponto de vista, os videogames ainda englobam dentro de si diversos objetos que são puramente arte. Como, por exemplo, músicas, trilhas sonoras, pinturas, paisagens, personagens, roteiros e histórias bem elaboradas.
O ponto é que o conjunto se torna algo ainda mais provocativo do que essas artes de forma isolada. Por que, então, essa combinação de objetos não seria uma arte ainda maior?
Tudo isso para dizer que videogames têm, além de sua característica de entretenimento, uma grande quantidade de camadas, que exploramos de acordo com a nossa interpretação e vivência.
Videogames são realmente obras de arte digitais, que podemos apreciar com intensidades diferentes e de formas diferentes.