Como Criar Ambientes Seguros nos Jogos
Imagem de divulgação. Foto: Johnny Mckane

Todas as pessoas têm o direito de jogarem sem sofrerem discriminação, assédio ou bullying. Porém, nem todas as desenvolvedoras sabem como criar ambientes seguros nos jogos.

A Deloitte relatou recentemente, por exemplo, que 69% das mulheres preferem jogos mais simples mobile, e que metade das mulheres entrevistadas não se interessam por jogos multiplayer.

Pensando nisso, Heini Kaihu, diretora de sustentabilidade na Rovio Entertainment, sugeriu seis passos que todos os estúdios de games deveriam seguir para combater o bullying e o assédio em seus jogos:

Definir Diretrizes Claras

Crie um código de conduta para a comunidade que proíba comportamentos abusivos e que seja acessível e compreensível para todos os jogadores.

Então, descreva o que é aceitável ou é proibido e use exemplos contextualizados para o seu jogo. Em seguida, explique as consequências de não seguir essas diretrizes, desde advertências a banimentos.

Incentivar Interações Positivas

Jogar faz bem, e jogos bem desenvolvidos, além de entreter, podem ajudar as pessoas a discernirem o certo do errado, graças às próprias mecânicas internas.

Por exemplo, recompense as ações em time ou em comunidade, quando buscam alcançar um objetivo em comum, ou ainda adicione elementos que encorajem jogadores a compartilhar recursos.

Quando possível, implemente programas como os de mentoria, para recompensar jogadores veteranos quando ajudam os novatos.

Facilitar Denúncia e Moderação

Implemente ferramentas de denúncia simples e garanta que seus relatórios serão investigados de forma rápida e confidencial. Para a equipe de moderação, é importante a existência das ferramentas certas para tratar esses dados, desde categorias e priorização a relatórios detalhados e capacidades de cruzar dados para mais eficiência.

Além disso, dê aos jogadores formas de se protegerem, como silenciar conversas ou bloquear possíveis ofensores. Em jogos com times grandes, como guildas ou clãs, jogadores com ferramentas de moderação também incentivam seus colegas a estarem de acordo com as regras.

Monitoramento Proativo

Crie uma equipe para monitorar os canais de comunicação atrelados ao jogo, como chats internos, fóruns, redes sociais e afins, para detectar e lidar com os comportamentos tóxicos.

Prepare e eduque sua equipe para responder de forma humana, inclusive em épocas de eventos externos, que tendem a aumentar o engajamento. Inclusive, procure dar suporte a sua equipe, pois pode ser difícil lidar com interações intensas.

Manter Transparência

Compartilhe as medidas tomadas contra violações e atualize a comunidade sobre as mudanças implementadas para tornar o ambiente mais seguro.

Para criar e construir confiança, tenha um sistema de feedback para as denúncias, garantindo que as práticas de moderação não sejam enviesadas. Além disso, publique relatórios das ações tomadas contra ofensores, mantendo ainda o anonimato.

Colaborar com a Comunidade

Ao manter o diálogo aberto com a comunidade, você pode envolvê-la no processo de moldar regras e estratégias de segurança. Por consequência, jogadores se sentirão valorizados e ouvidos.

Como jogadores percebem os problemas rapidamente, colaborar com a comunidade permitirá identificar pontos de atenção o quanto antes. Além disso, essa proximidade amplificará sua voz, o que é útil também ao introduzir as mudanças no jogo.

Conclusão

Kaihu finaliza explicando que os seis passos garantem uma boa fundação, mas não devemos parar por aí.

Melhorar a segurança requer esforço constante, ambição e dedicação de todas as empresas. No processo de desenvolvimento, reflita como é possível promover empatia, respeito e inclusão, afim de criar ambientes mais seguros nos jogos.

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